Tu, de quantos dragões o Inferno encerra, / És o pior, Inveja pestilente! / Morde a virtude, ao mérito faz guerra / Teu detestável, teu maligno dente.
Manuel Bocage
Vai sempre avante a paixão, / Buscando seu doce fim; / Os amantes são assim: / Todos fogem à razão.
Manuel Bocage
Vós suspirais pela posse / Das externas perfeições; / Vós cobiçais os deleites, / Eu cobiço os corações.
Manuel Bocage
Um tímido pudor activos fogos / Contrariava em vão, em vão retinha / Ignotos medos, sôfregos desejos. / Suspensa e curiosa, eu esperava / Gostosa cena, em que prolixas noites / Pensando o que seria, despendera.
Manuel Bocage
Virtude os meios ama, odeia extremos; / Extremos são no mundo ou erro ou culpa. / Do mesmo que abrilhanta a Humanidade / Longe, longe, ó mortais, o injusto excesso!
Manuel Bocage